julho 02, 2012

Olhares além do próprio umbigo

Por Paulo Yokota

Jornal Valor Econômico

É compreensível que nos preocupemos com as coisas que nos cercam, quando se vive num país continental da dimensão brasileira. Mas, o mundo globalizou e vivemos todos numa aldeia, com a internet nos transmitindo o que ocorre no globo.

Precisamos julgar os nossos problemas comparativamente, até para que não tenhamos um sentimento de vítimas isoladas. Existem economias que enfrentam questões graves e outros que os estão superando de forma adequada, dentro das limitações que diferem cada caso. Não só os problemas econômicos, mas sociais, condicionadas pelas histórias e culturas, dentro do quadro político em que estão inseridos.

Dois artigos ajudam a pensar esses problemas. Um do R. Daniel Kelemen, diretor do Centro para Estudos Europeus da Universidade Rutgers. Ele se encontra no site do Foreign Affairs, com o título "O Novo Normal da Europa", mostrando que vivemos na atual situação instável. Sua leitura seria recomendável, pois contem detalhes importantes.

Kelemen mostra que os problemas atuais, como o da Grécia, não podem ser resolvidos rapidamente. Ele entende que a Europa não está na beira do colapso, manter-se-a unida, mas a sua recuperação exigirá muito tempo, tanto com a saída da Grécia do euro, como se ela receber ajuda e permanecer. Alguns economistas entendem que a periferia da Europa poderia abandonar o euro e a opinião do autor é que esta opção seria um suicídio, provocando um colapso no sistema bancário e todas as suas consequências.

Ele entende que os problemas dos países do sul da Europa são estruturais e antecedem a criação do euro. A Alemanha foi a principal beneficiária da criação da moeda comum e seria arrasada com a sua eliminação com a extensão dos seus relacionamentos. Reformas poderiam melhorar a situação, mas nenhuma seria uma panaceia.

O problema é a massiva acumulação de dívidas dos países periféricos que foram aumentados com os créditos da década passada. Volume tremendo de capitais foi transferido para países como a Grécia, Irlanda, Portugal e Espanha. Ele gerou o crescimento desses países e elevaram os seus salários deixando-os sem competitividade e com débitos monstruosos. As insolvências se tornaram os "novos normais".

A adequada governança veio sendo tentada por diversas formas. Qualquer união monetária em que os países mantêm a autonomia de tributação, dispêndios e contração de empréstimos são problemáticos, e foram tentadas as regulamentações, como parte do Tratado de Maastrich. Nunca foi obedecido, e chegaram ao Mecanismo Europeu de Estabilidade, que foi assinado por 25 países, mas já foi flexibilizado para ajudar a Grécia.

Outro problema estrutural é o Banco Central Europeu, proibido de adquirir qualquer débito dos países membros, mas ele está sendo obrigado a adquirirem bônus de diversos países. Segundo o autor, as atuais tentativas de austeridade dos alemães se aproximam das regras de governança desejáveis, e poderiam resultar em progressos lentos, mas se observa não serem aceitos nas eleições.

Outro artigo interessante é de Noeleen Heyzer, a secretária-executiva da Comissão Econômica e Social para Ásia e o Pacífico, entitulado "Economias asiáticas sob prova" no site do Project Syndicate, mostrando que atual situação "novo normal" de incertezas e volatilidades da economia global cria um turbulento ambiente externo para o crescimento da região Ásia-Pacífico em 2012. Os resultados na Ásia devem ser melhores que no resto do mundo. Seu artigo merece uma leitura atenta.

No artigo informa-se que eles estão conscientes dos impactos do "novo normal" da economia da região. Foram incluídos no relatório das Nações Unidas para 2012 para a Ásia e o Pacífico. Devem reduzir o crescimento de 2012 sobre o que foi obtido em 2011, pela elevação dos custos de capital como as perdas decorrentes das políticas monetárias e protecionistas de alguns países desenvolvidos. O crescimento da região continuará acima da média mundial, com ela continuando a ter papel de polo dinâmico da economia mundial. As relações Sul-Sul devem se estender reduzindo a dependência das economias desenvolvidas.

Na China e na Índia o crescimento continua alto e alguns outros países do sudeste asiático devem ajudar regionalmente, com redução da pressão inflacionária. Uma desordenada solução para os riscos dos países europeus é considerada como possibilidade, e pode afetar a região. Isso poderia reduzir em cerca de 10% suas exportações anuais, com perda de cerca de US$ 390 bilhões e impactaria em redução de 1,3% do crescimento regional em 2012, reduzindo em 22 milhões de habitantes que deixariam a faixa da pobreza absoluta.

A volatilidade dos preços das commodities e perda de sua tendência de longo prazo seria um risco. Isto está sendo considerado como "novo normal", exigindo que a economia regional se adapte a ela. Os países da região devem resistir à especialização em commodities. Eles necessitam da industrialização, diversificação e a criação de novas capacidades produtivas. Aspecto considerado como um passo do "shock-proofing" nas economias asiáticas é o problema da redução do desemprego e das desigualdades. Um processo de reequilíbrio apoiado no mercado interno precisa ser perseguido, segundo a autora. Também o equilíbrio entre o crescimento e as pressões inflacionárias, não somente com medidas monetárias como o controle dos fluxos de capital, nos débitos de curto prazo, além dos problemas de câmbio e desastres naturais que passam a ser considerados como do "novo normal". A autora considera que a atual crise de turbulência e incerteza está atingindo a Ásia num período do seu crescimento, permitindo que existam espaços para manobras fiscais, com o aumento da cooperação dentro da região.

Essas considerações mostram que muitas das preocupações brasileiras são comuns às de outros países. Como as autoridades brasileiras procuram se antecipar com medidas pontuais é desejável que elas estejam dentro de uma estratégia mais ampla, que precisa ser divulgada adequadamente, para o mercado interno como externo.

 



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janeiro 31, 2012

Suffer's greek continues

Eurozone debt markets continued to show signs of further stabilization as Greek/private sector bondholder (private sector investors or PSI) negotiations continued to stumble along with repeated promises that a deal was soon to be reached, possibly over this weekend. The debt swap deal is a prerequisite to Greece receiving the next EU/IMF aid installment and avoiding a disorderly default. The details of the debt swap deal are reported to be a haircut of around 70% on existing bond holdings and an average interest rate of around 3.75% on the new Greek debt.
The key to avoiding a default event and potential market disruption will be the degree of PSI participation and whether the swap can plausibly be called ‘voluntary.’ On that count, the outcome is significantly more questionable, as a participation rate of 90+% is likely needed to avoid triggering credit default swaps and unleashing another wave of banking sector losses. So the details will matter and if a deal is reached this weekend, depending on its terms, there could be a volatile Sunday open.
Government bond yields in Spain and Italy dropped back significantly as one sign of calmer investors, but Portuguese yields surged to record highs over 14%, suggesting Portugal will be the next target of market angst. To be sure, following a Greek debt deal, if there is one, markets may simply revert to longer term solvency concerns of the larger EU countries, in a buy the rumor/sell the fact-type reaction. After all, Greece was never the real threat to EU financial stability.
On that front, Monday’s EU summit is expected to ratify the fiscal compact on budget deficits and surveillance, which will lock EU countries into austerity for years to come. The typical pattern has been for EUR, and risk assets generally, to appreciate going into such meetings, only to then relapse as the summit’s outcomes are deemed insufficient to stem the crisis. I think we could be looking at a similar scenario yet again, as the fiscal pact does little to alter current debt burdens and consigns most EU members to weak growth. In response, EU leaders are pledging to also develop growth strategies at the summit, but I’m a little more than skeptical as fresh fiscal stimulus does not seem likely. We’ll have to see what they ultimately come up with, but I’m not optimistic and would not be surprised by another post-summit wave of disappointment.
Technically, EUR/USD has now reached back to a key resistance zone in the 1.3220-50 area, which I highlighted in last week’s update. 1.3220 was the breakdown level from last December and 1.3245/50 is 38.2% of the decline from roughly 1.4250-1.2620 since late October. However, positioning is still excessively short, with CFTC COTR data showing the largest net-short EUR futures position on record as of Jan. 24, so a further short-squeeze can’t be ruled out. While I favor using current EUR levels to establish shorts for a resumption of the move lower, I can’t exclude further gains, so I would exit on strength over 1.3320/30 broken trendline support turned resistance. EUR/USD looks set to close the week above the daily Ichimoku cloud base at 1.3186, potentially signaling a move to the top of the cloud at around 1.3600.

What the Fed said and didn’t say

The FOMC this past week delivered a bit of a surprise by indicating that rates would remain exceptionally low until late-2014, extending their prior timeframe from mid-2013. The Fed also lowered its 2012 GDP forecast to 2.2/2.7% from Nov.’s forecast of 2.5/2.9%, and noted that significant downside risks to the recovery remained. The low-rates-for-longer pledge hit the USD sharply and sent gold prices soaring. But what the Fed didn’t say was that it was actively considering additional asset purchases, or QE3. True, Bernanke said it was still an option in his press briefing, but that doesn’t mean it’s close to being adopted yet. As such, the pronounced USD weakness following the Fed events may not be sustained. I would note that broad commodity indexes (CRB) and stocks did not express the same QE3-euphoria that FX did, with gold being the exception.
Bernanke will appear before the House Budget Committee on Thursday, Feb. 2. I would expect Republican members to grill him over any plans to further expand the Fed’s balance sheet with additional asset purchases, a major source of irritation to them. Bernanke will surely defend the Fed’s independence and its dual mandate, but in doing so, he may also indicate that QE3 is not currently under active consideration. If so, the USD could see a sharp rebound. This should not be the usual Fed appearance before a Congressional committee.

Key data and events next week

In addition to Monday’s EU Summit and Thursday’s Bernanke testimony, next week sees a number of key data points. Also, next week will see month-end portfolio hedging flows, some of which may have helped drive Friday’s USD slump. Given outsized gains in US stock/bond valuations relative to other G10 markets, we expect overall USD-selling to persist through Tuesday, other events being equal, typically culminating at the 1600GMT London fixing. In particular, our proprietary model suggests the strongest USD selling against CHF, CAD, AUD and JPY, with slightly less strong USD-sell signals against GBP and EUR.
On Wednesday, China will a release pair of critical manufacturing sector PMI’s, with the Jan. national PMI forecast to dip back into contractionary levels at 49.6 after 50.3. Later on Wednesday in the US, the ADP Jan. employment report will give us a first sense of how Friday’s US NFP may play out. Friday will also see non-manufacturing PMI’s out of China.

Inspiration for the text: chronic of Brian Dolan on Forex.com

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