junho 02, 2017

A retomada da economia…será?

A retomada da economia…será?

Ontem o IBGE divulgou os resultados do PIB trimestral e após oito trimestres de recessão, a economia brasileira voltou a crescer. 1% em relação aos últimos três meses do ano passado. O crescimento veio em linha com o que o mercado estava esperando. Diante deste cenário, surge a questão: Este é o início do fim da recessão? Minha resposta: NÃO....

Apesar da crise política instalada, apresentar um crescimento de 1% é praticamente um milagre. Mas se olharmos os números friamente, perceberemos que neste milagre há razões que explicam o crescimento que são inerentes aos fatos políticos.

Vamos aos fatos: o setor da indústria ainda patina, em alguns setores, anda para trás. Tanto, que fechou o período com crescimento pífio de 0,9% em relação ao último trimestre, mas se compararmos com o mesmo período de 2016 apresenta 1,1% de queda. Construção civil que por muitos anos jogou nossa economia para cima junto com a farra do crédito fácil, apresentou retração de 6,3% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. E fechando o ciclo de más notícias a indústria de transformação caiu 1%.

O que de fato podemos ver de positivo no horizonte é o setor Agrobusiness mostrando sua vitalidade de sempre e crescendo 2 dígitos, mais de 15% de 2016 para 2017. Extração mineral também cresceu quase 10%, dando força ao setor primário do Brasil.

A desvalorização do câmbio ajudou e muito nossas exportações, significando quase 10% de variação positiva de um ano ao outro.

O governo insiste em pintar um quadro melhor que o real. Informa que as reformas avançam, e que sinais de melhora aparecem aqui e ali. Porém na comparação com o 1º trimestre de 2016, o PIB caiu 0,4%. Nossa capacidade de concorrência mundial é a 3ª pior do globo, a frente apenas de Mongólia e Venezuela (uau...what a surprise!!!). Para piorar o quadro, uma pesquisa da consultoria BTA com 700 empresários e publicada na edição de EXAME de 01/06/2017 revela que 46% deles vai postergar projetos — e 90% deles consideram este ano pelo menos parcialmente perdido em termos de crescimento na economia. Os parâmetros que medem a confiança da população também animam. O consumo das famílias teve queda de 1,9% em relação a 2016. Os brasileiros estão mais preocupados em poupar do que em gastar, aumentando a taxa de poupança de 14% para 16% entre os anos.

Pensando em futuro, o Banco Central projeta para 2017 um crescimento do PIB de 0,5% ante uma previsão do FMI de crescimento de 0,2%. Agrobusiness e novamente, crédito mais fácil, tendem a incentivar o consumo e acelerar pelo menos um pouco, os números para cima.

Em resumo, o resultado de crescimento do PIB é de fato uma boa notícia, mas não significa que os próximos meses serão fáceis. Nossa recuperação não me anima e a crise política não ajuda em nada. As reformas ajudam, mas precisam sair, senão estes números tendem a piorar, o que não é vantagem para ninguém. Outras reformas ou politicas precisam ser pensadas ou corremos o risco de sermos menos competitivos que a Venezuela, e isso fará a declaração de Collor, de que nossa indústria produzia sucata, parecer piada A queda de juros no longo prazo, os saques do FGTS, e nossa indústria voltando a ter acesso à credito, mostram que 2018 pode ser muito melhor que 2016. Isso não quer dizer que será bom..., mas já é melhor que 2017....

Marcelo S. Ferreira




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maio 09, 2017

Que país é esse???

Que país é esse?!?!?!?!

Imagine um país em que não haja limitações à terceirização do trabalho nem de atividades meio, nem de atividades fim.

Imagine que, nele, homens e mulheres só possam se aposentar após os 67 anos de idade e que, depois de aposentados, recebam em média menos da metade do que ganhavam enquanto trabalhavam. Meia entrada para idosos não existe lá.

Imagine que neste país não existam 30 dias de férias remuneradas. Imagine que os empregados têm de negociar com os patrões quanto tempo terão de férias e se elas são remuneradas ou não. Adicional de férias não existe por lá.

Imagine que 13º salário também não existe.

Imagine que mulheres grávidas só tenham direito a 12 semanas de licença maternidade e que durante o período de ausência elas não são remuneradas.

Imagine que os patrões possam negociar com os empregados se eles vão trabalhar em finais de semanas ou feriados nacionais. Adicional noturno, por horas extras, trabalho em finais de semana ou feriados não existem.

Imagine que não existem faculdades gratuitas, nem meia entrada para estudantes em cinemas, shows, teatro ou outros espetáculos.

Imagine um país onde ninguém tem estabilidade no emprego, nem os funcionários públicos.

Imagine um país onde não existe FGTS, muito menos adicional de 40% em caso de demissão sem justa causa.

Imagine que nele os trabalhadores não tenham um limite no número de horas que podem trabalhar. Seus patrões e eles podem combinar o que quiserem.

Imagine que o salario mínimo por lá fique 11 anos sem nenhum reajuste (Ok, Ok, a inflação praticamente não existe!).

Imagine que não exista carteira de trabalho, nem Justiça Trabalhista.

Quem iria querer trabalhar e morar em um país assim? Quase todo o mundo. Este país existe. Ele se chama Estados Unidos e seu presidente está se esforçando para impedir a entrada de milhões e milhões de trabalhadores de outros países que a cada ano querem ir trabalhar lá.

Com regras assim, como tanta gente arrisca a vida e tantos outros se mudariam para lá neste exato segundo se pudessem? Talvez, porque por estas e outras razões, os preços e a inflação são muito menores do que aqui, a taxa de desemprego é um terço da nossa e as pessoas ganham, em média 7 vezes mais do que aqui? Talvez...