agosto 19, 2010

Roubini, Peter Schiff e Paul Krugmann e agora....George Soros


Quem já não ouviu Roubini ou Peter Schiff ou Paul Krugmann dizerem que o pior esta por vir ainda? Que ainda veremos situações piores, que na verdade a economia americana não esta se recuperando, ela esta apenas deixando de piorar, ou que os países europeus ainda não abriram seus "balanços" ou que ainda veremos muitos bancos pedindo ajuda com o pires na mão?
Pois bem, de Roubini, Peter Schiff e Paul Krugmann nós já ouvimos bastante...senão não tudo isso, pelo menos alguma parte deste discurso, que leva pra outro discurso, que no final, através de números e estudos, tentam provar que o cenário não está tão bom quanto querem demonstrar. Agora quem decidiu entrar na onda foi Soros, megainvestidor, bilionário, com operações em todo mundo.
Porém Soros não fez um discurso, anunciando o apocalipse. Ele simplesmente, decidiu que 42% de seu Soros Fund Management deveriam estar mais "seguros". Segundo matéria do Telegraph.co.uk, de 17/08/2010 (George Soros slashes exposure to US equities), Soros não só saiu de PETR aqui no Brasil, como também vendeu Wal-Mart, JP Morgan Chase e Pfizer, migrando para Ouro e U.S. Treasury bond.
Se pararmos para analisar a estratégia, Soros está saindo de ativos mais vulneráveis, com grau de risco maior e entrando em uma "zona segura" dentro do mercado, com um retorno menor, é verdade, porém com um "risco 0". Este tipo de estratégia é sempre adotada quando percebe-se alguma economia ou setor em crise, e na intenção de se proteger, faz-se então este movimento de troca de ativos. Praticamente todo grande investidor ou fundo adotam está prática, deixando a poeira baixar e voltar ao mercado no momento mais oportuno.
Então o que Soros fez não é nenhuma anomalia? Nada pra se assustar? Somente um movimento de proteção, correto? Correto mesmo?
Por que Soros decidiu sair agora? Se USA mostram recuperação, com as empresas voltando a investir e principalmente, a confiança do consumidor reaparecendo? A Europa vem com crescimentos consecutivos a 5 trimestres, o último agora de 0,7%. O Euro tem se fortalecido, após sua "quase morte", segundo alguns especialistas, e a Inglaterra ratificou o plano de aquisição em Euro no valor de 200 bilhões, fortalecendo assim suas reservas.
Vejam, não estou questionando Soros e sua estratégia. Mas por que sair se agora parece que o mundo vai ficar melhor e vamos voltar a ganhar dinheiro? Soros, assim como Buffet, sempre agiu pensando no longo prazo, um pensamento compartilhado por muitos, porém utilizado por poucos.
Em suas publicações e entrevistas, Soros sempre fez questão de dizer que o processo de compra e venda de ativos é baseado em uma mistura de matemática (sistemas dinâmicos) e ciências sociais, que ele chamou de Teoria da Reflexividade, em seu livro publicado em 1996, A Alquimia Das Finanças - lendo a mente do mercado, pela editora Nova Fronteira.
Segundo esta teoria quando o mercado está em vias de virar, se o governo ou órgãos reguladores tentarem desmentir que uma situação não está boa, a situação vai piorando a cada momento. O mesmo vale para a subida. Quanto mais as pessoas e economistas disserem que a situação é ruim (depois de uma grande baixa), mais as pessoas vão acreditar no contrário. (Soros, p. 49, 1996)
O que Soros esta dizendo é "Antes que piore, estou saindo". Esta jogada apesar de lenta e arriscada, está mostrando que ele fez uma retirada bastante estratégica. Muito estratégica por sinal. Como um verdadeiro dinossauro do mercado ele está visualizando que a situação não vai ficar como está e deve ter percebido que os relatórios não estão dizendo nada. Estando de fora, ele deve estar prevendo uma entrada para uma grande baixa à frente.
Soros pode estar certo ou não, saberemos somente a frente. Fato é que ele se foi e não sabemos quando ele irá voltar. A única coisa que sabemos é que percepções assim que o fizeram bilionário, e mais recentemente apostar e ganhar contra a libra esterlina. Também o fizeram perder...mas precisamos concordar em uma coisa: Ele acertou mais que errou.
E você?

Marcelo ferreira

Análise do dia: 19/08/2010

Em dia marcado por poucos indicadores econômicos e resultados corporativos, os mercados sustentaram alta lá fora, enquanto por aqui, com noticiário corporativo focado na Petrobras, o Ibovespa fechou com leve valorização de 0,08%, a 67.638 pontos. O volume financeiro totalizou R$ 9,39 bilhões, influenciado pelo vencimento de opções sobre o Ibovespa e contratos do índice futuro.
As ações da Petrobras estiveram entre as maiores perdas do Ibovespa, reagindo a intenso noticiário a respeito da estatal. Na noite passada, o ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann disse ao jornal Folha de São Paulo que o barril de petróleo de áreas com características similares às do pré-sal vale entre US$ 5 e US$ 10. A afirmação dá indícios de que deve ficar nesse intervalo de preço o valor a ser fixado nas reservas que a União usará na capitalização. Entretanto, a assessoria do ministro disse à InfoMoney que o valor não corresponde às projeções do governo, mas a sondagens de empresas e analistas sobre a exploração.
Ainda sobre a empresa, até junho deste ano ela gastou cerca de R$ 300 milhões na perfuração de poços para a ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), em busca de áreas do pré-sal que serão utilizadas durante o processo de capitalização da companhia. De acordo com o gerente de Relações com Investidores da estatal, esses custos são contabilizados como contas a receber e devem entrar no acerto de contas com o governo no contrato da cessão onerosa.
Por fim, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, negou que a companhia tenha pedido ao governo a redução do índice de nacionalização dos equipamentos e demais componentes utilizados na produção do petróleo do pré-sal, especialmente na exploração dos 5 bilhões de barris que a empresa receberá em contrato de cessão onerosa do governo. O que existe, declarou Gabrielli, é uma discussão para identificar gargalos da indústria de máquinas e equipamentos e saná-los.
As ações da ALL se destacaram na sessão. A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) aprovou o pedido de dispensa da exigência de manutenção do bloco de controle majoritário da ALL que foi requisitado no dia 2 de junho. Essa é uma condição essencial para o ingresso da empresa no Novo Mercado da BM&F Bovespa.
A OdontoPrev e o Banco do Brasil deverão anunciar nos próximos dias uma associação na venda de planos odontológicos. Segundo notícia publicada pelo Valor Econômico, os 18.286 pontos de atendimento do banco irão disponibilizar da venda de planos odontológicos da OdontoPrev. A parceira também contemplaria uma carteira de 900 mil beneficiários do BB – funcionários, dependentes e aposentados. Em comunicado enviado ao mercado, a OdontoPrev limitou-se a dizer que, "em bases regulares, prospecta novas oportunidades e que, no momento, está participando de processos competitivos que visam à expansão de seus negócios".
Após 21 meses do anúncio da fusão das operaões dos bancos Itaú e Unibanco, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) finalmente aprovou a operação. A votação, realizada nesta manhã, teve aprovação unânime por parte dos membros do conselho, que também não colocaram nenhuma restrição
Agenda

Na Europa, destaque para a oferta hostil de US$ 40 bilhões feita pela BHP Billiton à Potash.
Entre os indicadores, a construção de imóveis na Zona do Euro teve avanço de 2,7% em junho frente ao mês anterior e de 3,1% na comparação anualizada. Nos EUA, destaque para o resultado em linha com o esperado reportado pela varejista Target.
O PIB (Produto Interno Bruto) trimestral dos países da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) cresceu 0,7% no segundo trimestre deste ano, mantendo o mesmo patamar observado entre janeiro e março. De acordo com os números publicados nesta quarta-feira (18) pela organização, trata-se do quinto aumento trimestral consecutivo.
A minuta da última reunião do BoE (Bank of England) revelou que um dos diretores da instituição manteve seu posicionamento contrário em relação à manutenção da taxa básica de juro. Entretanto, o placar foi amplamente favorável à manutenção do juro básico em 0,5% ao ano, bem como da continuidade do plano de aquisição de títulos em £ 200 bilhões, com oito votos a favor e apenas um contrário.
Petróleo
Com a agenda mais leve desta quarta-feira (18) os mercados se focaram no relatório semanal dos EUA sobre os estoques de petróleo do país, que acabou pressionando as cotações da commodity.
Em Londres, a cotação do barril do petróleo Brent terminou em US$ 76,24, com baixa de 0,85% em relação ao fechamento anterior. Já em Nova York, o contrato de petróleo mais líquido, com vencimento em setembro, apresentou queda de 0,52%, fechando em US$ 75,28.
Dólar
Em sessão de forte instabilidade nos mercados, o dólar comercial conheceu sua quarta desvalorização consecutiva, fechando com leve queda de 0,11%, cotado a R$ 1,753 na venda.
No front doméstico, o Banco Central divulgou o resultado do fluxo cambial referente aos primeiros 13 dias de agosto, período no qual a entrada de dólares no País superou as saídas em US$ 2,362 bilhões.
A autoridade monetária comprou um volume maior de dólares no mercado cambial à vista no mesmo período – até o dia 13, o BC adquiriu US$ 2,374 bilhões. E por falar nessas intervenções, foi realizado mais um leilão de compra nesta quarta-feira. A operação ocorreu entre 15h30 e 15h40 (horário de Brasília) e contou com uma taxa de corte aceita em R$ 1,752.
Ainda por aqui, destaque para as palavras de Henrique Meirelles. Em entrevista à Globo News, o presidente do BaCen disse que a economia brasileira vai mostrar aceleração durante o terceiro trimestre do ano.
Renda Fixa

O mercado de juros futuros fechou em queda. O contrato com vencimento em janeiro de 2012, que apresentou maior liquidez, fechou apontando 11,26%, queda de 0,05 ponto percentual ante a véspera.
O mercado de títulos da dívida externa, por sua vez, fechou em alta. O título brasileiro mais líquido, o Global 40, fechou com valorização de 0,07%, cotado a 138,65% do valor de face. O Risco País registrou queda de 2 pontos-base em relação ao fechamento anterior, atingindo 196 pontos-base.
Bolsas Internacionais
O índice Nasdaq Composite, que concentra as ações de tecnologia norte-americanas, fechou em leve alta de 0,28% e atingiu 2.216 pontos. Seguindo esta tendência, o índice S&P 500 valorizou-se 0,15% a 1.094 pontos, da mesma forma, o índice Dow Jones, que mede o desempenho das 30 principais blue chips norte-americanas, subiu 0,09% a 10.416 pontos.
Na Europa, o índice FTSE 100 da bolsa de Londres registrou baixa de 0,89% e atingiu 5.303 pontos; no mesmo sentido, o índice CAC 40 da bolsa de Paris desvalorizou-se 0,42% chegando a 3.648 pontos e o DAX 30, da bolsa de Frankfurt, caiu 0,32% a 6.186 pontos.
Confira os eventos previstos para quinta-feira

Por aqui, a FGV divulga o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) do segundo decênio de agosto, que é bastante utilizado pelo mercado, e retrata a evolução geral de preços na economia.
Nos EUA, confira o número de pedidos de auxílio-desemprego (Initial Claims), em base semanal.
A Conference Board apresenta o Leading Indicators referente ao mês de julho. O relatório compreende vários índices já divulgados, como pedidos de auxílio-desemprego, custo de mão-de-obra e permissões para construção.
Por fim, o Fed da Filadélfia revela o Philadelphia Fed Index de agosto, indicador responsável por mensurar a atividade industrial no estado.
By advfn (com dados do Infomoney e Último Instante)